domingo, 16 de julho de 2017

014 - Cá dentro e lá fora


Há umas semanas atrás estive em Beja, a dar uma conferência sobre as principais novidades arqueológicas regionais relativas à Pré-História Recente, integrando um ciclo promovido pela Associação de Defesa do Património municipal, apoiado pelo projecto Outeiro do Circo e pela C.M. de Beja, onde estiveram pouco mais que duas dezenas de pessoas.

Daqui a um mês e meio estarei em Maastricht, numa sessão dedicada a debater a mobilidade humana na mesma Pré-História Recente, no âmbito do congresso anual da Associação Europeia de Arqueólogos.

Entre as duas participações há muitas diferenças. No âmbito, no público, no impacto, em escala, etc. Mas também homologias: no empenhamento, na seriedade e na importância a que ambas foi/será reconhecida.

Entre os deslumbramentos que os palcos internacionais podem causar e o desânimo que alguns dos nacionais incutem há que encontrar um equilíbrio que nos permita perceber que podemos funcionar a várias escalas e que, não infrequentemente, somos mais consequentes e relevantes nos segundos do que nos “festivais” em que se transformam muitos dos primeiros.

Por outras palavras, e na minha romântica maneira de ver estas coisas, a desejável (e necessária) internacionalização da Arqueologia portuguesa não pode (não deve) ser feita à custa do desinvestimento (pessoal) em prole da Arqueologia portuguesa. E isto nada tem a ver com escrever em Português ou Inglês. Mas sim com a maneira como cada um gere a disponibilidade, o investimento e a ambição pessoais. E com o espaço que nelas reserva, a um desígnio que seja, para a Arqueologia portuguesa.

Sem comentários:

Enviar um comentário